Antonio
Domingos Falé
De schapen
kwamen mee
een keer
roepen volstond
de man
genaamd António D. Falé
slenterde
over de dorre grond
hij stelde
zich glimlachend voor
tikte zijn
geruite pet naar achter
de schapen
liepen geschrokken door
António
praatte nu zachter
over de
voorbije veertig jaar
de heren
die hij had gediend
hij krabde
aan zijn witte stekelhaar
nee,
veel had hij niet verdiend
hij hield
van de vogels en hun gezang
en ach, het
stof de dood
ze maakten
hem niet bang
want wie
het minste weerstand bood
die leeft
nog lang en
hij draaide
zich om
naar
zijn schapen
Het land
dat weldra niet meer bestond
In het land
dat weldra
niet meer
bestond, eten
de mensen
appels, ze
wanen zich
gezond.
Het land
ligt uitgestrekt en
prachtig
onder de eerste
lentesmog,
de mensen rijden
zich te
pletter op zelfbedrog.
Ze zien
gevaren over de baren
een grens
in ieder mens
zolang de
boom appels geeft,
verloopt
alles toch naar wens?
Terwijl ze
zo krioelen en
’s nachts
liggen te woelen
op zoek naar
een omtrek
voor
zichzelf, valt het land
uiteen, de
delen gaan voor anker,
en de
mensen krijgen kanker.
O Monte
Se olhar
se pode aprender
é este o
melhor lugar
para ver o suspiro
da azinheira
as ondas do verde mar
a
frescura de Abril
que Maio
vai secar
é peciso
deixar a casa
o quadro
que corta a asa
é
preciso subir ao monte
para regressar à fonte
Tudo não
passa
de uma
de uma pequena ferida
os pés
firmes na areia
a cabeça
quente, logo lava-se
o pó de
quem está ausente,
na praia
só mesmo os cães,
e o lixo
que se atreve,
a espera
de companhia
e de um
inverno leve que
leva as
folhas enferrujadas
o
pequeno wikipédia da
microbiologia
espalhado
pela
areia na minha cabeça
vagueia
uma ideia à um
passeio
que queria dar até
sentir o tempo parar no ferro que me feriu e
que fez
uma pequena
ferida que não passa.
O
Privatisador
Privatiso-te !
Ouviste ?
Estás
privatizado.
Privo te
de pensar sei lá o quê,
de andar
sei lá onde, de parar
à minha
frente (e estragar a
minha
vista).
Porque
estás privatizado, ouviste ?
És privado.
És meu.
Viste
como eu fiz ? Foi fácil.
Para
privatizar basta meia palavra,
entendeste ?
Fazes
bem, porque não sou visível,
não
podes vir reclamar sei lá o quê.
Podes
tentar ver me, compreender,
mas não
estarás à altura.
És
pequeno e meu. Privatizado.
Sem
direito de tocar em sei lá quê,
sem
direito qualquer. Não esperes
nada de
mim. Posso-te deixar
algumas ilusões, mas não passam
de migalhas, em breve também
elas
privatizadas. Não vais encontrar
o
caminho para casa, ouviste?
Estás
feito, privatizado, és meu.
Mas não
chames por mim. Não posso
fazer
nada por ti. E não me vais
encontrar.
Não vale a pena.
Contenta-te
com a tua alma – se
não
estiver privatizado ainda.
E agora
deita-te. E dorme
descansado.
Tudo vai
bem
(fonte:
F. Castro)
A morte aproxima-se, mas continuem por favor, tudo vai bem, obrigado
não se esqueçam que sou o pai da revolução, nada me pesa no estômago,
no máximo peso eu no meu, onde faço companhia ao meu cancro alastrado,
paus é trunfo, nos olhos da morte,
A morte aproxima-se, mas continuem por favor, tudo vai bem, obrigado
não se esqueçam que sou o pai da revolução, nada me pesa no estômago,
no máximo peso eu no meu, onde faço companhia ao meu cancro alastrado,
paus é trunfo, nos olhos da morte,
tirei
umas novas oportunidades,
para ser bom perdedor,
um curso rápido para
para ser bom perdedor,
um curso rápido para
condutores em contra-mão,
hoje há nevoeiro, mas
hoje há nevoeiro, mas
sei que ela se aproxima,
sei o que digo, afinal sou eu
o pai
sei o que digo, afinal sou eu
o pai
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