segunda-feira, 21 de maio de 2012

João Gonçalves (Era uma vez um Bacalhau)



Era uma vez  um Bacalhau. Vivia no mar e tinha uma vida feliz. Mas tinha um problema. Consumia muito plâncton e também o traficava. Era um mau Bacalhau. Um dia, a O.R.C.A. (Organização Reguladora do Consumo de Aiaiaioqueéqueeuponhoaqui) apanhou-o nos seus esquemas com os Bacalhaus da Noruega e o mandou para a reabilitação. Então lá veio o Bacalhau para a reabilitação, numa árvore no Baixo Alentejo. E ele lá esteve muito tempo. Esteve lá tanto tempo que havia crianças que diziam para a mãe “Mãe, mãe! O bacalhau que está naquele choupal está crescido”. E um dia, acabada a reabilitação no Baixo Alentejo, começou a sua jornada a caminho da costa oeste de Portugal para poder voltar para o Atlântico. No seu caminho encontrou um Atum sevilhano peregrino que ia a Fátima. Isto porque já tinha ido a Santiago de Compostela o ano passado. Os dois tornaram-se amigos e apanharam uma estrada para chegar à costa oeste de Portugal. O Bacalhau para chegar ao mar, e o Atum para chegar a Fátima porque o Pápa Ramires estava quase a chegar para a sua visita a Portugal.

A meio do caminho, como o Bacalhau e o Atum tinham destinos diferentes, tiveram que se separar. Despediram-se com grande emoção e prometeram um ao outro irem um dia à pesca juntos. Então o Bacalhau continuou a sua jornada sozinho. Para grande infelicidade do Bacalhau, ele não trazia o colete reflector. Então um dia, já sentido a brisa marítima, um carro atropelou-o. O dono do carro, sentindo um choque na parte da frente do carro, uma vez que ia distraído a olhar pelo retrovisor para a quantidade de berbigões peregrinos que iam para Fátima, parou o carro. Saíu do carro, olhou para o que tinha acontecido. A cena mórbida fazia-lhe espécie. Tentou reanimar o Bacalhau deitando-lhe sal grosso para cima, mas ele não respondeu. O dono do carro levou as mãos à cabeça e pensou para ele próprio: Merda, atropelei um bacalhau. Apartir daí o criminoso nunca mais voltou a ser o mesmo. Passou a levantar dinheiro antes de sair de casa, comer limão sem casca e escreveu um livro sobre a importância dos pinguins para a economia do Burkina Faso.

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