segunda-feira, 21 de maio de 2012

José Duarte Lobo (Vem ladino engravatado)


Vem ladino engravatado
impingir o orçamento
mas quem cai no engodo
se o isco não é gordo.
Senhor ministro tenha tento
... o roto não veste o nu
por favor ponha
esse orçamento no...

Vem com falas mansas
mas já sabemos a ladainha
vai aumentar a gasolina
o bife e a sardinha
A saúde e a justiça
apertadas na gaveta
como metem dó
vai tudo acabar em missa
a morte não reclama
A puta do orçamento
para nos fazer a cama.

Com toda a demagogia
e planos enganosos
truques de economia
uns tornar mais pobres
e do trabalho de uns
fazer ricos fabulosos
outros com carros de gama
lagostas e caviar
mais luxuosa mansão
há-de faltar na educação
na habitação e no emprego
Mas isto tem um limite
ou o ministro se demite
ou o povo vai dar luta
quem    não    produz é   que ganha é    
assim como   fazer fogo sem lenha.

As cores entram no corpo
como o vento pela porta
como a força pela vida
Estamos juntos
vamos fazer aquela canção
... aquele protesto.
As cores são a nossa liberdade
e a cidade tem vestidas
as nossas roupas
tem o nosso calor
e todos os sonhos...
As cores e os sons
e as luzes e as musicas
todos os abraços
são e devem ser fortes
muito forte, muito unidos
ninguém nos vai derrubar.
Vamos falar
vamos cantar
fazer som, fazer cor
mexer a terra
aquela flor
aquele nome
denunciar para transformar.


Quando eu fico como um gato
arranhando a porta
suplicando para entrar
no conforto dessa tua burguesia.

... Mas nem a lua escuta minha prosa
e são as suas unhas de rosa que me arranham

Quando eu fico como um gato
arranhando a porta
suplicando até de madrugada
para entrar no conforto
dessa liberdade.

Mas nem a lua escuta minha prosa
e são as suas unhas de rosa
que ferem a minha solidão.


Conta como foi
também a madrugada se indignou
O que aconteceu depois
ainda foi uma história de amor.

... Você me olhou
eu te olhei
e depois o que se passou
nem eu sei
mas talvez seja a dor
a difícil explicação
de se querer sofrer por amor

Deixa morrer meu coração
como um cantor no palco
Desafinou a solidão
você se entregou no primeiro acto
Houve conflito
andei pelo chão
briga mesmo
dessa de doer
mas o que aconteceu depois
ainda               foi                    uma                
história                     de             amor.

Eu fico a pensar
como faz o jogo
para aquela luz acender
e qual o botão
para fazer o policia prender
... para criar o ladrão
e o gás para adormecer.

Vou jogar
porque alguém é frio
disparar não sei quantos tiros.
Isto é uma roleta russa
não sei quantos tiros
ficam no cartucho.

Vou jogar
lançar os dados
disparar, desviar
prevenir o ataque
evitar o motim
por o capucho
e ser um Robin.

O amor na praça
ou essa divina graça
da Senhora da ilha.
A minha alegria
santa rosalia
... que eu vi no teatro.
Toquei sua veste
me livrei da peste
e me enamorei
Essa divina graça
Senhora da ilha
vou em peregrinação
a minha alegria
divina graça
sagrado coração.


No caminho frio
eu procuro o jeito
de acender o fogo
que te sai do peito.
Dentro do teu corpo
... imagino o rio
e canto canções
pra não ficar vazio.
No caminho frio
eu procuro o jeito
de acender o fogo
que te sai do peito.
Dentro do teu corpo
vejo a natureza
e no caminho frio
eu ando sózinho
com a certeza de um dia encontrar
alguem     para   namorar.

Muitas vezes tenho medo
e é tão forte esse sentido
como um aviso que dá no peito
ou como um alarme para acender
os amigos não são para perder
... para esquecer, para ignorar.
Muitas vezes tenho medo
e nesse medo eu imagino
e depois penso que há de mudar
e até fazer porque o destino
é só aquilo que a gente quer.
E é tão forte esse sentido
como um aviso que dá no peito
ou como um fogo para atear
para lembrar que os amigos
não são para perder
para esquecer, para ignorar.

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