segunda-feira, 21 de maio de 2012

Marco Moura (Bem-Vindos ao sítio)


O Sítio

Bem-Vindos ao sítio
O sítio da verdade
O sítio da mentira
O sítio onde tudo existe.

Onde as visões são alegóricas
E o frio passa com o calor
Onde existem personalidades sóbrias
E outras afogadas no seu pavor.

Onde o desconhecido abraça o desconhecido
Onde o exurbetante renega o simples
Toda a formiga bem vestida,
Salta perdida.

Os perdidos encontram a perdição,
E os promíscuos da posse viram a esquina da freguesia sem cair na prisão
Caindo a resignância "em vão"

Onde a pureza e a fraternidade
Andam à luta, enquanto a tranquila pureza,
Na esplanada disfruta.

Tempos Mudam Tempos

Terra desaproveitada
Perdidos a fio que caminham
Olhando pra' fragata encalhada
A pensar no que antigamente tinham.

Todas as formigas passam por provas
Subindo a escada do poço
Mas são sempre fudidas por corjas
Abrindo feridas descabidas até ao osso.

É assim neste vale sem fim
Que os velhos recordam o cheiro a alecrim
Os novos tentam a sua sorte neste monopólio monetário
Mas recusam todos os significados do velho-dicionário.

As opiniões não são vistas como subjectivas
As divergências afectam as nossas consciências
As mentes bastardas trocam de objectivas
Mas nenhuma se afunda nas ciências.

Nesta sociedade à lá tensão
Os senhores de fato e gravata não dão auxílio,
Preferem ir roubar o que está debaixo do colchão
Levando os remediados ao exílio.

Ligações conseguidas, sem nexo
Fazem da alma uma coisa que vai indo.
Caminhando pela cidade e vivendo no seu anexo,
Até ao fim do.
Trilho.
A Viagem
Direções amistosas, com contradições
Deu-me um doutor de gravata
De casa às costas lá fui nas suas convicções
Mas no seu azar, eu não era mais um da fragata.

Lá fui remando pelo mar brando
Até que encontrei uma ilha de barro
Se aquilo não fosse capitalista bem ia abancando
Mas preferi não ser aquele escarro.

Segui o meu caminho pelo Oeste
Mas parei a meio para comprar um garrafão de vinho tinto,
Bebi aquele copo e este e segui viagem,
Até que encontrei o meu velho amigo, o Pinto.

Depois de uma noite encontrei a minha bela casa
Já se fazia tarde, e cansado fui-me deitar,
Para mal ao corpo a viagem não faça
O que esta mente consegue inventar...







Salvem-me do Mundo

A tua utopia
Afundada na destopia
Não se encaixa
Não se encaixa na fatia
Das tuas minorias e etnias
Fechadas nas tuas mãos frias.

Vidros partidos,
Lâmpadas fundidas
Estratos envelhecidos
Portas partidas
Das tuas voltas e idas
Nunca bem entendidas.

Tempos de plágio
Entranhados no teu contágio
Indentificando-se com a natureza
Para ensinar a sua pureza.

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